Para imprimir no papel a superfície da placa deveria ser coberta com tinta, (normalmente feita de óleo e fuligem), antes de comprimida contra o papel. O resultado final sai ao contrário da figura original. Para se colorir a xilogravura, normalmente cortava-se um pedaço de madeira separado para cada cor, antes de imprimir-se sucessivamente os blocos na mesma folha de papel. Extremamente rudimentar, a xilogravura não tardou em popularizar-se na Europa do século XV: seu uso ia desde cartas de jogar, a estampas humorísticas vendidas em feiras populares.
A Igreja valeu-se bastante dessa forma de impressão para atingir devotos com seus ensinamentos e doutrinas. “A Arte de Bem Morrer”, que mostra um homem em seu leito de morte, com indicações do que deve ser feito nessa hora, demonstra essa utilização doutrinal. Acima de sua cama, abundam figuras de anjos, dos santos e de Jesus crucificado.
A sua alma, em dimensões reduzidas, é segurada por um dos anjos. Em primeiro plano, vemos várias figuras demoníacas, com inscrições como “perdemos sua alma” e “estou furioso”. Após a invenção da imprensa de tipos móveis, por Gutenberg, passou-se a combinar textos impressos a ilustrações via xilogravuras.
Entretanto, a partir de Dürer nenhum outro mestre conseguiu utilizá-la tão bem e a técnica foi progressivamente caindo em desuso.
Somente voltou à tona, através do aprimoramento de seus instrumentos, no século XIX. Pintores como Gauguin e Munch, que se utilizaram bastante da técnica, foram um dos responsáveis pelo seu renascimento e aceitação. Foi especialmente utilizada pelos expressionistas alemães, que viam nela um excelente meio para atingir seus objectivos. Hoje em dia, ainda é considerada como uma das principais técnicas de artes gráficas.
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